E-mail pode não ser um método seguro para enviar dados sensíveis; entenda o motivo
Se você costuma enviar informações confidenciais por e-mail, talvez seja hora de repensar esse hábito. Veja por quê.
por Geison Souza
A maioria dos grandes provedores de e-mail, como Gmail e Outlook, utiliza a criptografia Transport Layer Security (TLS) como padrão para proteger as mensagens durante o envio. O TLS é uma tecnologia que criptografa os dados enquanto estão "em trânsito", ou seja, enquanto são transferidos entre o remetente e o destinatário. Isso é importante porque impede que terceiros interceptem e leiam a mensagem enquanto ela viaja pela internet.
No entanto, o problema surge quando a mensagem chega ao provedor de e-mail do destinatário, pois nem todos os provedores garantem que ela permanecerá criptografada após a entrega. Isso é preocupante, já que os próprios provedores podem acessar o conteúdo dos e-mails, seja por interesse próprio ou por obrigação legal.
Além disso, não podemos esquecer que provedores de e-mail também são vulneráveis a violações de dados. Até mesmo plataformas bem conhecidas já sofreram vazamentos em larga escala, comprometendo milhões de usuários. Sem uma criptografia adequada, seus e-mails ficam expostos em caso de vazamentos.
Como garantir mais segurança ao enviar informações sensíveis?

Embora o TLS ofereça proteção durante a transmissão de e-mails, essa proteção não garante que a mensagem permanecerá criptografada após chegar ao provedor de e-mail do destinatário. Isso é um problema, pois imagine enviar um e-mail cujo conteúdo é confidencial, ou seja, contém dados sensíveis.
Para garantir mais segurança ao enviar informações sensíveis pela internet, você deve optar por serviços que ofereçam tecnologia de criptografia de ponta a ponta. Com essa tecnologia, apenas você e o destinatário têm acesso ao conteúdo da mensagem, impedindo que a plataforma ou qualquer outra parte consiga acessá-la.
Abaixo, destacamos algumas opções que contam com criptografia de ponta a ponta:
Provedores de e-mail criptografados
Como o próprio nome sugere, provedores de e-mail criptografados são aqueles que, por padrão, protegem os e-mails com criptografia de ponta a ponta. O mais conhecido deles é o Proton Mail, porém, existem outras opções, como Mailbox, Zoho Mail e Tutanota.
É importante destacar que, embora provedores de e-mail criptografados, como o Proton Mail, ofereçam proteção com criptografia de ponta a ponta, essa proteção só será plenamente eficaz se o destinatário utilizar o mesmo provedor ou outro compatível com PGP. Caso contrário, será preciso definir uma senha para o e-mail.
Criptografia S/MIME
Por padrão, o Gmail e o Outlook utilizam criptografia TLS. No entanto, ambos são compatíveis com a criptografia de ponta a ponta S/MIME, que protege o e-mail para que apenas o destinatário possa acessá-lo, além de garantir que o remetente é legítimo e que o e-mail não foi alterado.
O problema é que adicionar a criptografia S/MIME no Gmail ou no Outlook não é uma tarefa simples, pois esse recurso está disponível apenas por meio de uma assinatura paga. Além disso, é necessário configurá-lo manualmente. Para que funcione, tanto o remetente quanto o destinatário precisam ter o S/MIME configurado. Caso contrário, o e-mail não será legível para o destinatário.
Mensageiros criptografados
Aplicativos de mensagens instantâneas, como o WhatsApp e o Telegram, utilizam criptografia de ponta a ponta para proteger as conversas e, dependendo da situação, podem ser uma forma melhor de enviar dados sensíveis do que o e-mail. No WhatsApp, todas as mensagens trocadas são protegidas por essa tecnologia, enquanto no Telegram existe um recurso chamado "chat secreto", que oferece criptografia de ponta a ponta.
O risco final
Mesmo com a criptografia de ponta a ponta, a segurança dos dados enviados por e-mail (ou por outros meios) não é garantida, pois também depende da confiança no destinatário e da segurança do dispositivo dele. Se o destinatário não for confiável ou se o dispositivo dele for comprometido, os dados sigilosos podem ser expostos da mesma forma.
Pensando bem, talvez o maior risco não seja o provedor de e-mail, mas sim o próprio destinatário. E você, o que acha? Deixe sua opinião nos comentários!